Esta obra é um misto de emoção, transgressão, resistência, política e arte. Um grito de libertação ao preconceito que a muito tempo estava guardado em mim, e que só agora resolvi ecoá-lo em vista que grande parcela da sociedade, mesmo com tanta (des)informação, ainda mata, machuca e vê os homossexuais como abjetos. Portanto, escrito no feminino, o presente texto não pretende ser algo digestivo, mas, sim, uma provocação aos diversos sistemas que categorizam e excluem do "centro" as práticas socioculturais dos sujeitos LGBTQIA+.
A temática aborda as memórias de algumas artísticas transformistas da Amazônia que realizam, por meio de suas performances, atos performativos capazes de mobilizar diferentes territórios (subjetivo, afetivo, estético, político, social, moral, ético, entre outros) e territorialidades (relação dinâmica do indivíduo com o espaço). Corpos reunidos em "assembleia" (concursos performáticos) que produzem tanto uma "performatividade de gênero" (BULTER, 2019), quanto um "manifesto contrassexual" ou "revolução transfeminista" (PRECIADO, 2017, 2018). Ou seja, corpos capazes de lutar contra toda e qualquer forma de "precariedade".