A presente pesquisa visa buscar a fundo o pensamento de Allan Kardec, para ver se ele foi, como querem os detratores, um racista. Se só estes pensassem assim, não haveria grandes problemas, mas, infelizmente, no meio Espírita alguns ficam na dúvida, enquanto outros acham que sim. Uma nota que Kardec colocou na sua obra Plano proposta para a melhoria da Educação Pública, publicada em junho 1828, ou seja, quando ele contava com apenas 23 anos, foi o que de mais importante encontramos sobre o que pensava do assunto: ?Certamente, não está no meu pensamento, nem nos meus princípios, desprezar ninguém, e menos ainda de rebaixar o nascimento de quem quer que seja, pois nenhuma classe tem o privilégio exclusivo de dar à sociedade homens estimáveis; minha observação não aponta pois para a condição em si mesma, mas para o vazio que esta condição pode deixar no professor, se este não puder preenchê-lo por si mesmo?. Na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, publicada em abril de 1864, percebe-se que Kardec se mantêm coerente com esse pensamento, quando define o homem de bem: ?O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus?. Diante de pensamento tão claro, somente por absoluta falta de conhecimento ou, quem sabe, por má-fé mesmo, pode-se atribuir a Kardec um caráter racista, é o que se demonstrará na presente obra: Racismo em Kardec?