Três sagas emocionantes sobre judeidade e negritude, encenadas por indivíduos periféricos às suas respectivas sociedades.
Ao longo do século XIX, em diferentes partes do mundo, abriu-se um limitado, mas inédito espaço de ascensão social para quem vivia às margens da sociedade, como negros e judeus. Neste livro singular e emocionante, o historiador Leo Spitzer estuda as experiências das famílias Rebouças, May e Zweig — a primeira, afro-brasileira no Brasil escravista; a segunda, africana na Serra Leoa ocupada pelos ingleses; a terceira, judaica em uma região da Europa marcada pelo antijudaísmo.
Baseado em vasta documentação e corajoso em sua abordagem encarnada da história, o autor apresenta o que chama de "jornada de assimilação" e, também, a noção de "mobilidade ao estrato social hegemônico" — a burguesia. No percurso, consegue o feito raro de abarcar constrições estruturais sem perder de vista a singularidade de cada trajetória.
"Leitura obrigatória entre os interessados nas questões raciais e obra de referência para todos os que se dispõem a pensar sobre os grandes desafios propostos pela modernidade." — Maria Alice Rezende de Carvalho
"Spitzer é refratário a qualquer pretensão de neutralidade e abertamente baseado na empatia entre a experiência do autor e a das pessoas biografadas. Temos, assim, um livro de 1989 com uma abordagem sintonizada ao que há de mais inovador e sofisticado nos estudos comparativos, de gênero e da teoria racial crítica contemporâneos." — Luciana Brito