Minha tia Maria, a contadora de histórias da família, guardou 29 cartas escritas por seu irmão, meu pai, Osvaldo, nos períodos em que ele esteve no Rio de Janeiro, então capital do pais, na década de 1950. As cartas refletem o pensamento de meu pai, um rapaz de 31 anos de idade, ainda solteiro, nascido e criado na ribeira do rio Acaraú. As cartas estao mais próximas do jornalismo que da literatura, sendo que o tom da carta é mais íntimo e confessional. O leitor será voyeur da visão de um jovem na cidade do Rio de Janeiro na decada de 1950. Ao longo de 29 cartas que, começam sempre saudando a irmã e pedindo a Deus, saúde a todos de casa, meu pai, no corpo das missivas conta suas impressões das viagens, da cidade do Rio de Janeiro, descreve seus sentimentos e relata notícias do cotidiano. Reflete sobre as notícias dos jornais da época, comenta sobre amigos, parentes e conhecidos que encontra na cidade maravilhosa, manda recados, criando assim um panorama rico de sua vivencia longe da família