Quando Pai Diogo traz ao apartamento onde mora um leitão, o administrador do prédio quase tem um ataque. Esbraveja que no local são permitidos apenas os animais de estimação "convencionais": cachorro, gato ou passarinho. Qualquer outro animal, como galinha, cabrito ou porco, só entra como alimento. Diogo ignora as reclamações do administrador e leva o pequeno porco à casa, com o intuito de engordá-lo bastante para aí então se livrar da mesmice que é comer peixe todo dia.
Zeca e Ruca, os filhos de Diogo, se empolgam com a ideia de uma nova "linha alimentar" na casa e começam a cuidar do porco, a quem dão o nome de "Carnaval da Vitória" (época planejada para o sacrifício do pobrezinho). A duras penas as crianças conseguem esconder o animal do restante dos vizinhos e do insistente administrador, o que acaba gerando um punhado de histórias que fazem enorme sucesso entre os amigos de colégio. Zeca e Ruca passam a tratar "Carnaval" não apenas como um animal de engorda, mas como de estimação, criando laços fortes de amizade entre os três.
Mas Pai Diogo não esqueceu da "feijoada carnavalesca" e, para ele, o porco é apenas um porco. Dessa maneira, os meninos terão de fazer o máximo que puderem para impedir que seu mais novo amigo vá parar na mesa de jantar.
Manuel Rui não conta apenas, com este livro, a história de uma amizade entre duas crianças e um porco. Na verdade, ao ambientar a situação da família Diogo em Angola, ele faz críticas aos revolucionários acomodados, à situação da distribuição de comida, do ensino, e à ineficiência dos oficiais de justiça e dos políticos do país.