A poesia nasce da alma do poeta, é como um rio no seu percurso onde passa, alimenta e transborda a alma de quem bebe dessa água chamada escrita, a poesia tem a força de educar e reeducar o leitor e o escritor. Lendo os manuscritos de "QUEM DIRIA! É DE MIM", senti o cheiro das letras brotar da alma do escritor, Feliciano Ramos. Hoje, diante das dificuldades que a humanidade vem atravessado, as pessoas estão mais voltadas para os problemas e não conseguem perceber a beleza das pequenas coisas. Precisamos inclinar um olhar diferenciado para as coisas que se parecem simples, mas tem uma boniteza na sua sutilidade, e desviar os sentidos, por exemplo, para os víveres no altar das montanhas, observar a beleza existente no voo de uma borboleta e o seu beijar nas flores, na dança do caminhar de um animal, na ciranda das ondas que sacodem o mar em noite enluarada, nas cores selvagem do agreste verão sertanejo, bem como de muitas outras criaturas que compreende a memória da imortalidade e das coisas vivas, também compreendemos como graciosamente abundante. Assim, de canção em canção vamos calçando os passos na caminhada dos versos pelas estradas das letras, em busca da palavra que nos direciona um sentido à vida. Esse texto, apresenta em alguns poucos versos o que a alma do escritor Feliciana Ramos traduz, do que conseguiu receber dos raios de claridade que o inspira a escrever. As serras, montanhas, mares, sertão, agreste, céus e terra, nos dão a condição de sonhar e gravar com as letras do amor e as palavras da abstração, o que nesse contexto chamamos de poesia. Durante alguns meses o poeta vem brincando com as palavras, escutando a canção dos grilos, o sopro da brisa dos montes do agreste, o namoro da lua com as estrelas da terra. E até sonhando com a flor de mandacaru, em aceno de gratidão aos feixes de flores que lhes campeia de luz, com os mares de paz que em ondas bravias, se elevam nos ventos de esperança, em céus de arco-íris, traduzindo tudo isso em um grande livro de poesias que se chama: ''QUEM DIRIA! É DE MIM''. Nos versos referenciados o escritor articulou uma forma existencial de leitura e de escrita catalogada em pequenos textos, que além de nos satisfazer com esse passeio pelas estradas de poesia nos mangues do sertão, encontrou uma maneira simbólica de exportar sonhos que pretendem alimentar uma cultura não tão fortalecida, mas é na base das palavras que também, referenciamos uma forma de iluminar esse chão onde tantas vozes se calam, e tantos olhos se cegam, e ouvidos que inocentes, nem sequer conseguem ouvir a sonoridade e a legítima degustação dessa tão mínima e tão pouco apreciada produção literária. Assim, essas obras literárias não podem ficar adormecidas, devem ser narradas mesmo que até gaguejadas através da expressão da arte da poesia, possa levar o desejo de torná-la viva e eficaz em nosso contexto cultural e social. Portanto, convido o leitor, que se deleite nas referidas mensagens que acredito ser palavras extraídas da alma, e uma forma poética de expressar através de "QUEM DIRIA! É DE MIM", a natureza das coisas desse universo de criação divina. Recife, 19 de maio de 2019 PATRICK BARBOSA. Escritor, Teólogo e Missionario.