— Oi, Alberto. Venho das profundezas. Me arrasto, mas estou sempre com a cabeça erguida.
Vocês despertam em mim o ódio e a maldade. Por isso fiquei presa.
Mas há lugares onde ainda sou muito útil.
Aqueles lugares onde a maldade é perpetuada. O ódio, a inveja, a ira, a avareza e a falta de compreensão.
Eu, soberana Leviatã, fico dentro de uma caverna guardada. Só sou solta quando precisam da minha ação.
O seu irmão só foi devorado por mim porque o ódio que ele trazia não podia mais proliferar — sobre você, sobre a Terra, sobre as pessoas de bem.
E assim é o fim de todos aqueles que carregam toda a ira dentro de si.
Os humanos precisam aprender que, mesmo sendo réptil, eu estou aqui.
Quando o poder maior me prendeu, foi porque eu estava destruindo tudo.
Pois isso já é, desde os primórdios, a maldade da Terra.
Eles nem imaginam tudo aquilo que alimentam:
Cada pensamento turvo.
Cada maldade.
Cada avareza.
Sou o que sou: Leviatã, a serpente.