Neste momento há uma certa curiosidade e visada de apropriação da psicanálise para certos fins, uma certa instrumentalização que vem sofrendo na imissão da mesma na cultura. O discurso do analista tem efeito de enigma quando na cultura. Um discurso no qual o sujeito é convocado a avançar para mais além do dito ou da consciência, a um registro de que na existência, insiste uma natureza humana, que mesmo sendo inexoravelmente e de saída desnaturalizada, apresenta-se quando no singular, da ordem de um real, de um saber, de um saber como meio de gozo como afirma Lacan e de um saber que não se sabe que é o do inconsciente, inconsciente descoberto por Freud. Descoberta esta que fere o narcisismo da época até o presente, pois afirma que algo rege este sujeito dotado de inteligência, mais além de qualquer controle racional, fazendo furo na hegemonia da consciência, inconsciente este que indubitavelmente é o que rege a existência, em algum tempo de cada sujeito e dá provas disto.