Como seria poder passar toda a vida a limpo com a pessoa que mais amou? E se esta pessoa for um pai, que você perdeu aos seis anos de idade? É o que acontece com Márcia.
A obra tem como enredo uma experiência espiritual reveladora a partir de um diagnóstico inesperado.
Márcia, em dado momento da vida, se encontra em uma das escolhas mais difíceis e assustadoras que um ser humano precisa fazer. Operar ou não a cabeça. Em um consultório frio, com a notícia de que um tumor, do tamanho de uma bola de tênis, comprime seu cérebro, ela teve que decidir entre viver e eventualmente ficar com sequelas para o resto da vida ou deixar o problema seguir seu curso.
A autora ambienta a história a partir do hospital, da sala de cirurgia, onde encontra o pai para rever e passar a limpo a própria vida. Enquanto se vê na operação, estabelece um diálogo com o genitor e ele a leva para uma viagem pelas diversas fases de seu desenvolvimento. Nesse passeio, ela aproveita para estabelecer uma melhor relação com o pai, falecido quando ela tinha seis anos de idade e, ainda, resolver questões internas que creditava a um abandono dele.
Com nuances autobiográficas, a escritora desenvolve uma história cativante e que leva a todos à reflexão sobre um dos temas que mais nos humaniza, a dor, seja ela física, psíquica ou espiritual.