Não é preciso diagnóstico para a infância doer, não é preciso um transtorno para a infância doer. Ela vai trazer sofrimento sempre que não houver reflexão, conhecimento, informação e, acima de tudo, amor. A infância é um conjunto de momentos em que se pode experimentar dúvidas, medos, dores, mas também é onde mais se experimenta amor, alegria, perdão, empatia, humildade, doação.
Com o objetivo de abordar os transtornos da infância e as terapias que promovem saúde mental e neurodesenvolvimento às crianças, este livro escrito de forma coautoral por renomados especialistas, desafia a visão idealizada dos transtornos na infância, buscando uma abordagem construtiva e realista sobre os desafios enfrentados pelas crianças e família.
Partindo da premissa de que a infância não se resume apenas à criança individual, mas sim ao contexto, às relações e às experiências que a cercam, os coautores exploram as diversas formas de sofrimento que permeiam esse período crucial de desenvolvimento. Os temas vão desde gestação, puerpério, neurodesenvolvimento, cérebro, terapias, transtornos da infância, traumas, problemas escolares, negligência e dificuldades de aprendizagem, famílias, vivências do bebê até o adolescente.
O livro é dividido em 4 partes: o neurodesenvolvimento infantil; o manejo dos transtornos da infância; aprendizagem, desafios educacionais e o contexto escolar; família: reflexões e orientações.
Quando se fala que a infância dói, não é sobre a dor da criança e sim, sofrimentos muito maiores, que envolvem todo o processo que precisa acontecer desde o nascimento do ser humano. A infância pode doer na família, na criança, na escola e/ou na coletividade como um todo. Essas dores sempre vão existir enquanto a sociedade não entender que a infância é o conjunto de momentos que precisam ser construídos com cuidado e sabedoria, de modo a fazer com que essas dores sejam apenas fases inerentes a construção de um ser humano e, jamais, a sua essência.