Este estudo visa aprofundar a compreensão acerca do papel vital dos componentes expressivos em desenhos no desenvolvimento do raciocínio clínico, particularmente na interpretação de técnicas projetivas gráficas por profissionais da saúde mental. A pesquisa emprega o método Desenho Estória , aplicável a indivíduos a partir dos 4 anos de idade, sem restrição etária, oferecendo um meio flexível e adaptável em diversas fases da vida. Semelhante aos sonhos, os desenhos recorrem a elementos pictóricos para propiciar a emergência do inconsciente. Estes elementos, muitas vezes considerados triviais, atuam como catalisadores na superação da censura interna, permitindo a expressão de desejos e conflitos subconscientes. Neste contexto, propõe-se uma análise detalhada do processo criativo inerente ao desenho, onde a folha em branco é preenchida através do uso do lápis, não apenas como ferramenta, mas como extensão do psiquismo do indivíduo. Os aspectos expressivos do desenho, portanto, emergem como indicadores significativos para tal abordagem. Argumenta-se que o desenho deve ser visto como um meio de comunicação possível com crianças, estabelecendo paralelos com a produção onírica. Isso sugere que as criações gráficas infantis são, antes de tudo, manifestações de um intrincado processo psíquico. A busca por significados nestas produções gráficas só se torna possível através de um diálogo empático e uma postura de escuta atenta. Essa perspectiva reforça a ideia de que os desenhos são mais do que meras representações visuais; são expressões de um complexo trabalho psíquico que refletem não só a cognição, mas também o estado emocional e inconsciente do indivíduo. Dessa forma, a interpretação clínica de desenhos no contexto de técnicas projetivas gráficas exige uma abordagem multifacetada, que considere tanto os aspectos visuais quanto os processos psicológicos subjacentes. Através deste estudo, busca-se destacar a relevância dos desenhos como ferramenta diagnóstica e terapêutica, proporcionando insights valiosos para profissionais na área da saúde mental.