Este livro, de leitura prazerosa, não se restringe em somente apresentar o problema da drogadição. Sua estrutura, composta de capítulos curtos com vasta exemplificação do cotidiano — seja ele a partir do universo da arte (cenas de filmes) ou do contexto institucional (vinhetas clínicas) —, contribui com a leveza da escrita, ainda que ela contenha uma temática tão densa como a da drogadição.
A riqueza desta obra está no posicionamento crítico que aponta as possibilidades daquilo que poderia ser e não é, lançando mão das potencialidades presentes na sociedade (em especial nas políticas públicas) e que não são realizadas. Embora anuncie os impasses atinentes à clínica da drogadição, o discurso da psicanálise abre a perspectiva, mediante o trabalho psíquico, do potencial presente em cada sujeito.
Angela Bucciano