Este livro é uma síntese dos principais acontecimentos que envolveram a criação e a execução da "Primeira Feira Cultural de Ouro Fino - História e Saberes", partindo dos bastidores que antecederam a criação do evento, passando por todas as ocorrências durante os três dias consecutivos da exposição que agitou a nossa cidade, entre elas: o coquetel de abertura, que contou com a presença do senhor prefeito, engenheiro Henrique Wolf, artistas plásticos, pintores, escritores, poetas, artesãos, organizadores, colaboradores, patrocinadores, a banda musical da cidade de Ouro Fino, o violinista ouro-finense Samuel Couto, além de jornalistas, integrantes dos veículos de imprensas locais e regionais, responsáveis pela cobertura e divulgação do evento; o espetáculo teatral na noite de sexta feira no Teatro Municipal; as apresentações, na noite do sábado na Igreja Matriz, dos corais Santa Cecília de Limeira e "Cantus Lux de Ouro Fino", esse último presidido por Maria Olinda de Assis Oliveira, com participação especial do barítono Hélio Ademir Siqueira; e o encerramento na tarde de domingo, com a entrega de certificados pelo idealizador e executor do evento, arquiteto, paisagista e designer, Angelo J. Zucconi, a todos os artistas participantes, com apresentação especial da "Congada Serena São Benedito" no Salão de Festas do Éden Clube, espaço cedido gentilmente pelo senhor Cícero Braga, atual presidente da Instituição, à organização desse grande encontro que ficará marcado para sempre na história dessa cidade. ------------------------------------------------------------------------ Partindo de 1971, ano em que vim me situar nessa cidade, não tenho lembranças de um evento cultural de abrangência tão múltipla acontecido em Ouro Fino. Quando, no grupo virtual "A Arte dos Ouro-finenses", começaram a surgir os primeiros comentários sobre a possível organização de um evento cultural reunindo artistas de variados segmentos, muitos ficaram com um "pé atrás", embora fosse esse um sonho acalentado durante muitos anos, por artistas e amantes das artes da cidade e da região. Fazendo uma analogia ao "vendedor de pamonhas", ninguém montaria uma barraca de vendas se não houvesse fartura comprovada de milho verde, a matéria prima fundamental na fabricação do produto. É sabido, no Brasil inteiro, que a cidade de Ouro Fino é um grande berço das artes, em sua diversidade de gêneros. Na literatura, quem já não ouviu falar dos livros de Pompeu Rossi e sua importância para as aulas de História do Brasil, principalmente, a povoação do Sul de Minas Gerais? Quem já não ouviu falar de um dos mais famosos precursores da Indústria Cinematográfica Brasileira, o ilustre ouro-finense, Francisco de Almeida Fleming? Quem já não ouviu falar de Álvaro Apocalypse, pintor, ilustrador, gravador, desenhista, diretor de teatro, cenógrafo, museólogo e publicitário, nascido em Ouro Fino no dia 14 de janeiro de 1937? Quem já não ouviu falar de Julieta Burza, advogada e pianista ouro-finense, formada pelos conservatórios de Campinas (SP) e de Santa Cecília em Roma, solista da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro (RJ) que já tocou para os Papas Paulo VI e João Paulo II? Quem já não ouviu falar do Poeta e Médico Psiquiatra Ouro-finense, João Belline Burza, exilado na antiga União Soviética durante a ditadura militar? João Belline Burza é autor do livro "Cérebro, Neurônio, Sinapse-Teoria do Sistema Funcional" e do poema "Taça de Vinho" publicado em 1939 no Periódico Literário "O Bisturi", da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo. Lembrando aos caríssimos leitores que, o poema em questão, foi publicado no meu livro "Ciganos de Messina- Capuchinhos em Ouro Fino", no ano 2018.