Um poeta e a doce insanidade dos seus versos já seria suficiente para incendiar corações, sublimar almas, tocar nas enigmáticas e inexploradas profundezas abissais de cada ser humano. Afirmo, novamente, sem nenhum receio: um poeta já seria suficiente! E, de repente, trinta e nove poetas se unem por meio da força de suas palavras e da beleza dos seus versos e reúnem os seus poemas em um só livro: uma Antologia Poética que nada mais é senão a fusão e o entrelaçamento dos corações e almas destes oníricos poetas, transmutados em versos – ora doces, ora rudes – que decidiram fazer morada nas brancas folhas de um papel. Assusta-me – confesso! – O poder avassalador que possui as palavras; palavras que trazem em si a capacidade de transformar olhares, lapidar atitudes e aplainar as entrelinhas dos caminhos que elas percorrem, quer seja nas asas de uma suave brisa ou nas asas de um apocalíptico vendaval. Assim sendo, trinta e nove poetas embriagados de sensibilidade e magia, emprestaram os seus inquietos úteros que acolheram palavras soltas, que foram se organizando e se alinhando em forma de versos; versos estes que geraram poemas revestidos das mais variadas roupagens, com o objetivo de cumprir a profética missão da poesia: anunciar o amor e denunciar toda e qualquer injustiça. Eis que o livro toma forma… ganha vida e salta para as mãos do leitor, na certeza de que será acolhido com a inebriante alegria de quem soube esperar pacientemente pelo momento de acariciar cada palavra, beijar cada verso e se embriagar com cada poema! TALVEZ, os RABISCOS poéticos contidos nesta coletânea levem o leitor a empreender uma VIAGEM ASTRAL e o faça descobrir ou redescobrir a verdadeira DIMENSÃO DO HOMEM, como elemento transformador e capaz de reescrever a sua própria história: uma história em que não haja a ESCRAVIDÃO servil à insensibilidade frente às injustiças cometidas contra as QUIMERAS de cada ser vivente; uma história em que não haja DESPUDORES, e nem a AUSÊNCIA de elementos e sentimentos vitais como a Ética, A ESPERANÇA e o mais PURO AMOR. A poesia é como O CANTO DO PÁSSARO… é como bálsamo que por MAGIA elimina aquela DOR ANTIGA, cura INCERTEZAS de uma maneira TÃO SUBLIME que parece conduzir o ser humano para o MUNDO DOS SONHOS: um mundo em que a rima brinca com o verso… com o reverso… com o universo! Um mundo que apesar de tamanhas adversidades sempre ANDA para a frente, desconhecendo retrocesso, desencorajando o REGRESSO. Seria a vida apenas uma mentira… fútil ilusão? Claro que não! Se assim fosse, eu te asseguro, não existiriam poetas; não haveria os seus lúdicos e extasiantes versos bailando como PÉTALAS AO VENTO, sobre as dores que curvam ombros ou sobre as fantasias que inflamam os olhares de cada ser. A vida pode ser efêmera, porém é densa, intensa, mágica, verdadeira… Ah! SE PROCURAS A VERDADE, pode ser que a encontres dormitando serena nas entrelinhas dos versos de um poeta que, de tanto amar a vida, num ato tresloucado, rasgou a alma e o coração e os "sepultou", PEDAÇO POR PEDAÇO, nas brancas páginas deste livro, sob a forma de um poema sacro ou profano. Poetas entendem de amor, de dor, de abandono, de solidão… Poetas sabem que o tempo escoa incólume por entre os dedos ressequidos e patéticos daqueles que acreditam ilusoriamente que possuem o poder de impedir a sua frenética caminhada rumo ao desconhecido de cada ser. A COR DO TEMPO é incolor! E é essa ausência de cor que colore fantasmagoricamente a essência de cada sonho e a indecência de cada pesadelo.