A formação de professores que trabalham com o ensino de alunos surdos é um tema do nosso tempo. Pensando nessa questão, o presente livro objetiva problematizar modos de ser docente em escolas de surdos do sul do Rio Grande do Sul (RS), a partir de suas práticas matemáticas. A escrita desta obra se dá pelas mãos de uma professora que atua com alunos surdos desde 2010 e apresenta neste livro a suas experiências como professora de surdos. Assim, por meio de oficinas temáticas com professores de duas escolas de surdos do Sul do Rio Grande do Sul, inventa-se Dagmar, personagem conceitual e estético, que, no decorrer da trama, passa a dar vida aos modos de ser docente em Matemática com alunos surdos. Do escrutínio do material, formaram-se três subcomposições da personagem conceitual: na primeira, marcam-se as linhas duras de Dagmar, seu território, suas estrias oriundas da educação matemática, que marcam práticas na educação de surdos; na segunda, a gagueira, o que, na educação de surdos, faz desterritorializar a docência em Matemática; na terceira, apresenta-se o que do encontro da educação matemática com o menor, estamos produzindo na educação de surdos, isto é, a reterritorilização de Dagmar.