Esta obra é uma proposta de resgate da história da Portela. Ela trata de um objeto real e de construção coletiva, com todas as suas contradições, múltiplas sínteses e contextualizado em determinado período histórico. Em meio ao "ganha pão" do Rio de Janeiro das décadas de 1920 e 1930, os protagonistas desta narrativa surgem sem maniqueísmos e heroísmos. Foram eles quem contaram à imprensa carioca da época, o que o leitor irá, agora, descobrir. Estávamos no Entreguerras, no final da Primeira República e o Estado Novo chutava a porta da "democracia". Enquanto os portelenses não sabiam que assim seriam chamados no futuro, a sociedade brasileira também não havia definido o que era ser brasileiro e o que era a cultura brasileira. A Portela, dos humildes e desassistidos, e a burguesia carioca, que sonhava com Paris, pensavam num amanhã distinto. O subúrbio teve de abrir mão de boa parte de seus valores, mas resistiu gerando uma verdadeira revolução na folia momesca, cujo palco foi a Praça Onze. As versões sobre a fundação do GRES Portela, seus primeiros desfiles e os embates travados entre Estado, sambistas, coirmãs e ideologias políticas estão aqui detalhadamente apresentados.