A primeira leitura desta anotação foi um choque para mim. Como é que ela foi escolher justamente esse nome? Parece bruxaria. É absurdo, vão achar que enlouqueci, mas ela está falando comigo. Diretamente. Posso sentir. Talvez por isso eu tenha ficado tão impressionado desde o início. É como se o diário de Anusha fosse de fato dirigido a mim. Será que ela sabia que, tantos anos depois, o seu tesouro chegaria até minhas mãos?
A VIDA DE TADEU MAX KOVALSKY ERA UMA rotina entediante: de casa para a faculdade de medicina, da faculdade para casa. Ao encontrar um caderno antigo, com uma capa de couro marrom e o nome "Ana Rendel" grafado em letras douradas, tudo mudou. Tratava-se de um diário, que diziam ser dedicado a um tal de Max. Seria ele próprio? Aquelas páginas tinham sido escritas 71 anos antes, mas guardavam uma estranha conexão entre ele e Ana - ou Anusha -, uma menina que passara uma temporada hospitalizada após cair de um muro. Dona de uma criatividade extravagante, Anusha reinventava o cotidiano do local, escrevendo o que acontecia nos seus dias de convalescença.
No entanto, não era apenas isso: as páginas amareladas do caderno revelavam uma série de episódios misteriosos. Ana estaria imaginando, delirando ou dizendo a verdade quando descrevia detalhadamente as visitas dos gnomos Gus e Greb, seres encantados que guardavam segredos sobre os tipos de olhares dos humanos? De onde teria saído uma ideia tão inusitada como a existência de uma espécie chamada Gnomus nosocomium? E, por fim, se esses fantásticos seres realmente existiram, onde eles estariam hoje?
Tadeu, então, resolve investigar essas informações e começa a escrever as suas descobertas em um caderno. Qual seria a verdade sobre o enigma dos gnomos? O que aconteceu na vida de Tadeu? Para responder a essas perguntas, é preciso abrir outro diário. Este que você, leitor, tem em mãos.