Demorou para a menina entender o que ele apontava. Foi quando ela viu. Finalmente ela viu.
Ela viu o que ele tanto apontava. E ficou olhando detalhe por detalhe daquele episódio que era, de fato, muito curioso. Ela sorriu. Passou alguns minutos observando, assim como Osmar, que passava os dias ali sem se cansar. Então, ela quebrou o silêncio dizendo: — São muitas vidas, seu Osmar. — Por entre janelas, Ana. Muitas vidas por entre janelas. A menina continuou olhando sem dizer nada, como se nada tivesse de ser dito. Também o velhinho preferiu deixá-la contemplar o que ele tanto olhava nos últimos tempos.