"Por Entre Caminhos de Pedra" reúne a minha produção poética neste alvorecer do século XXI. A obra é composta por quatro partes: (i) Sonetos e Companhia; (ii) Cantos da Indústria; (iii) Pequeno Dicionário das Efêmeras Coisas e (iv) Versos Soltos e Outras Miudezas. Sonetos e Companhia tenta reunir em três atos a teatralidade poéticas das pessoas, coisas, sentimentos e valores. Trata-se de uma tratativa de resgate de um lirismo que advém da infância e que co-habita com a efervescência revolucionária do pensamento do homem maduro. Um diálogo entre partes opostas que no fundo se complementam, tal qual as antíteses barrocas em frente às quais cresci. Cantos da Indústria é um apelo do eu poético ante a potência da máquina, uma manifestação do poeta que não quer que o engenheiro lhe seja submisso, mas também não lhe admite opressor. Há beleza nos motores, mas ela está também presente nas flores; se uma afinada sinfonia de violinos nos enche a alma, também nos pode surpreender o ruído de um motor a plena carga. Pequeno Dicionário das Efêmeras Coisas é um conjunto de acrósticos, alguns mais breves, outros mais longos alinhados á semelhança de pequenos verbetes. Pontuam sentimentos e valores do eu poético, que se alinham ao início do verso, mas que têm liberdade ao longo da estrofe para desenvolver o tema. Desta forma, a vida se prende amiúde a marcos que lhe definem a forma; contudo, está o homem livre para escolher o caminho que lhe aprouver, se aceitar arcar com as consequências. Versos Soltos e Outras Miudezas é um pequeno conjunto de poemas que tratam sobre as minúsculas grandes coisas da vida, uma espécie de crônica que o poeta dedica ao seu tempo que é um presente ampliado pelo senso do passado e pela ânsia do futuro.