Os preconceitos e violências contra a população LGBTI+ antecedem a formação do modo de produção capitalista. Em tempos mais antigos, qualquer manifestação não heterossexual e não cisgênero era tratada sob as mais cruéis formas de violência, dentre elas, a tortura e o extermínio. Mudou-se a estrutura econômica e as superestruturas que lhe dão sustentação, mas as bases conservadoras se renovaram mantendo esta população sob o julgo da marginalização e da opressão. No limiar da história da civilização humana e de suas dissidências são recentes, na concepção de tempo histórico, as lutas e avanços pela proteção e dignidade da comunidade LGBTI+. O século XX foi o tempo pioneiro para o ativismo, resistência e conquista dos primeiros direitos para a nossa comunidade, dentre eles, no Brasil, o direito à Assistência Social. O SUAS, em seus vinte anos de construção, ainda se mostra contraditório e desafiador na sua proteção às/aos LGBTIs+. Em que pese os avanços, ainda entendemos o SUAS como emblemático em sua práxis política e protetiva. É diante deste dilema que Mariko Hanashiro se debruça sob o prisma da teoria social crítica para nos apresentar um cenário de dificuldades, mas também de possibilidades acerca do SUAS que queremos para a comunidade LGBTI+ nesta rica obra literária e científica que chega até nós, leitoras/es interessados neste instigante tema.
Profa. Dra. Anabella Pavão da Silva