Este livro pretende mostrar o sucesso da Política Pública de Cotas, apresentar alguns resultados e alertar para sua revisão. Com a aproximação do término do período de 10 anos estabelecido para a revisão do programa especial para o acesso às instituições de educação superior de estudantes pretos, pardos, indígenas e de pessoas com deficiência que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, segundo Art. 7.º da Lei 12.711/2012 (Política de Cotas), torna-se importante trazer a primeira experiência brasileira de cotas sociais e seus resultados. Trata-se da implementação do sistema de cotas como política pública de ação afirmativa conducente à inclusão social, bem como os efeitos dela decorrentes na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O tema foi delimitado à verificação do desempenho dos alunos cotistas durante o curso, quanto à sua inclusão no grupo e aos resultados da aprendizagem por eles obtidos nos cursos de Administração, Direito, Engenharia Química, Medicina, Odontologia, Pedagogia (Rio) e Pedagogia (SG). Trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratória que, de acordo com Gil (2002), objetiva proporcionar maior familiaridade com o problema, visando a torná-lo mais explícito. Utilizou- se ampla pesquisa documental com vasta revisão da literatura sobre o assunto e uso de dados secundários agregados. Ademais, realizou-se pesquisa de campo para levantamento de dados primários. Neste caso, o recurso à sociometria desenvolvida por Moreno (1992) constituiu-se em um sistema de avaliação da atração-repulsão entre alunos cotistas e não cotistas sujeitos da pesquisa. Os resultados indicam que o desempenho dos cotistas nos cursos estudados é semelhante ao dos alunos que entraram pelo sistema universal, nos exercícios de 2005 e 2006. Demonstram, ainda, que o vestibular não é um prognóstico confiável para, entre os aprovados, definir o rendimento no curso e os que irão sobressair-se na universidade. A análise dos cursos estudados não indica uma preferência clara de seus líderes, aqui chamados de os estudantes mais votados, tanto do segmento cotista, quanto do não cotista. No conjunto do alunado dos cursos estudados, na Uerj, os dados sugerem que a evasão entre os não cotistas é mais que o dobro que a dos cotistas.