A nova safra de poemas em prosa abriga porção razoável de poemas amorosos, com os quais, visivelmente, se deita e deleita o autor. Mas nem só de Eros vive o poemista em prosa, assegura Iná Camargo Costa: "O leitor que também se dispuser a polir este chinelo sem medo dos acidentes (que ocorrerão com toda a certeza), vai tropeçar numa miniepopeia destes tempos desgovernados e destemperados, sempre resistindo à sugestão, ao convite ao suicídio desta inóspita paisagem. Conquistará o direito de também bufarinhar insignificâncias sem pedir perdão para o pleonasmo. E, se atinar com a trama, também se boquiabrirá diante dos nós das hipocrisias que persistem. A grande literatura sempre foi o depoimento rebelde sobre o seu tempo".