Gabriela espiou por cima do parapeito de sua alma.
A profundidade do que vislumbrou causou um sobressalto que tirou seus pés do chão.
Nesse momento de desequilíbrio, experimentou a apreensão da dúvida entre o voar ou o cair.
Gabriela encontrara sua toca do coelho, que a levava na direção do próprio coração.
Seria também um País das Maravilhas? Caso fosse, por que o teria evitado por tantos anos?
Sua respiração ficou ofegante, as mãos começaram a tremer, sua vista ficou turva e sua mente começou a girar.
Qual seria o desfecho deste mergulho para dentro de si? Encontraria chão duro que expulsaria todo o ar dos seus pulmões ou água morna para preencher seus vazios?
Poesias para dias de chuva narra a jornada de autodescoberta e cura desta corajosa viajante de si mesma.