Gregório de Mattos e Guerra é o mais importante poeta da colônia. O seu nome, contudo, recobre um grande corpus atribuído, e não autógrafo, nem certificado, pois a publicação de seus poemas se deu em folhas volantes esparsas, depois copiadas e recolhidas em códices diversos, com muitas variantes.
Quantitativamente, o total de poemas atribuídos a ele chega ao milhar, com cerca de 45 mil versos, em mais de 20 formas poéticas diversas, entre elas, canções, coplas, décimas, endechas, glosas, madrigais, oitavas, quintilhas, romances, redondilhas, sonetos, silvas, tercetos etc. — várias exemplificadas em Poemas do manuscrito Lamego, aqui publicado por Marcello Moreira, notável especialista no assunto.
De tudo, nada lhe deu fama mais imperecível do que a qualidade de suas sátiras, nas quais feriu com o riso e mordeu como cão, não como ovelha.
Quem o ler saberá por que fez jus ao apelido de "Boca do Inferno".