Poemar não é coisa simples.
Clareza e concisão são ancoradouros os quais o poeta quer atracar.
Ninguém transcreve ao papel em formato tão singular algo que em essência não seja, primeiro, uma confissão, segundo, que não esboce um olhar dialético/filosófico através do qual a poética anseia expressar-se.
Mesmo em caso como o de certos autores, geniais, que não estabelecem preocupação nem compromisso com o que poderia haver de si em cada verso seus. Daqueles que através da "mentira poética" relegam a importância do sentir aos que virem a lê-los, diante o fato de estarem (ou não) pulsando no que se expressou.
Poemameupoema são confessionais visadas, indagações e sentimentos a respeito de situações, lugares, vivências e estados de alma de uma trajetória de sessenta e dois anos, que por virem a mim sinceros, honestos, singulares, acalanto-os como meus. Onde cada frase, cada verso (num ritmo que não sei claramente se enquadraria às normas convencionais do criar poético), brotou da intenção de constituir-se esteticamente no universo da palavra intuída e desbastada, expressa em conteúdo e beleza.
Portanto, deixo-os flu-ír. Nesse conjunto resultante de processos descontínuos de criação, em formaneiras de dizer com qual olhar, quais emoções tais vivências e manifestações marca(ra)m meus dias e caminhos, até aqui, na aventura de viver.