A obra, dividida em quatro capítulos, apresenta uma leitura interpretativa sobre a filosofia da educação na Grécia clássica – séculos V e IV a. C. -, tomando como fio condutor o pensamento de Platão e sua inserção no debate com as forças educativas do seu tempo. O primeiro capítulo mostra que o termo paideia comporta ideias divergentes sobre a educação. Discorre sobre as três grandes concepções de paideia que coexistiram na Grécia clássica: a da poesia, a da sofística e a da filosofia socrático-platônica. A visão platônica sobre esses debates encontra-se registrada nos diálogos do autor e, com base neles, é feito o estudo da sua crítica à poesia e à sofística, abordadas no segundo e terceiro capítulos. O quarto e último capítulo examina a influência de Sócrates e as principais teses que compõem os ideais político-educativos de Platão: a correlação entre a estrutura interna do homem e a do Estado, a relação entre virtude e conhecimento, a teoria dos dois mundos e suas respectivas formas de conhecimento, assim como o processo de educação da alma. No debate educativo do período, fica implícito que cada uma dessas diferentes concepções carregava consigo a convicção de ser portadora da solução ideal para a formação do homem grego. Isso explica a atenção e o espaço que Platão reservou em suas obras ao exame crítico das pretensões educativas da poética e da sofística; o confronto com as duas grandes potências educativas do seu tempo buscava criar condições para tornar hegemônica sua concepção filosófico-educacional.