O processo de colonização agrícola ocorrido a partir da década de 1970 em Rondônia reduziu, significativamente, a cobertura florestal original nas áreas de uso agropecuário do estado. Alguns municípios, como Castanheiras, Novo Horizonte D'Oeste e Rolim de Moura, tiveram 81% do seu território desmatados até 2020. A fragmentação da vegetação natural reduziu a estabilidade ecológica dos agroecossistemas e a capacidade da natureza de prover serviços ecossistêmicos. Na tentativa de minimizar esses efeitos, seis iniciativas de recomposição da vegetação apoiaram (entre 2008 e 2020) 585 estabelecimentos rurais na recomposição de mais de mil hectares de florestas. Este livro resulta de pesquisa transdisciplinar no campo das etnociências, a fim de categorizar as ideologias presentes nos discursos de agricultores familiares de dois grupos, engajados e não engajados na recomposição florestal. O livro objetiva identificar desafios socioeconômicos dos agricultores familiares para a restauração ecológica; identificar as ideologias presentes nos discursos relativas aos serviços ecossistêmicos; caracterizar formações discursivas extrínsecas e intrínsecas relacionadas ao processo de tomada de decisão; investigar os posicionamentos e influências das relações sociocomunitárias e suas interferências para conservação e/ou recomposição da vegetação.