Um romance sutil e delicado, que aborda a dor da separação e a passagem do tempo na planície – morada e metáfora, inclusive para o cultivo da própria escrita.
"Na cidade, perde-se a noção das horas, da passagem do tempo. No campo isso é impossível." Esse é o começo da história de um homem que muda de endereço, da cidade para o campo, em busca de seu passado e de seu futuro.
Após o fim da relação com o namorado, o protagonista e narrador sai à procura de isolamento num lugar onde o tempo é quase palpável e é possível cultivar a memória, viver o luto e se reestruturar para uma nova vida.
Em Planícies, o espaço é a província, o interior da Argentina e suas paisagens, em contraponto à vida na metrópole. As reflexões desse personagem, tam-bém escritor, aproximam a elaboração das perdas, o luto e os processos da escrita dos cuidados com uma horta, sem deixar de recorrer à infância, à memória e ao ama-durecimento.
Prosa carregada de poesia e precisão, entre silêncios e aprendizagens, que aponta para a importância de contarmos nossas histórias.