O Pampa apresenta expressiva biodiversidade – cerca de 2.200 espécies de plantas e 740 espécies de animais vertebrados – em uma das menores áreas do território nacional (2,3%), sendo considerado o segundo menor bioma. Somente 0,4% desse território encontra-se em Unidades de Conservação, o que torna essa biodiversidade vulnerável frente às ameaças. A principal ameaça identificada no bioma é a conversão de áreas naturais em monoculturas agrícolas, representadas pelo plantio de soja, milho, entre outras. Em 2023, foi apontado que 44,1% da superfície terrestre do bioma havia sido convertida em áreas de uso antrópico. Diante desse cenário, foi proposto o planejamento sistemático da conservação da flora e dos remanescentes campestres do Pampa. Essa tem sido uma das abordagens mais eficientes na proteção conjunta de áreas naturais e da biodiversidade, pois permite a seleção e aplicação ordenada de ações de conservação frente aos cenários ambientais complexos, encontrados em diferentes escalas. A modelagem preditiva da distribuição de espécies foi utilizada para direcionar as buscas de espécies ameaçadas, pela identificação das áreas sub-inventariadas do Pampa. E a priorização espacial permitiu a seleção de áreas territoriais que apresentaram os melhores indicadores relacionados à conservação da biodiversidade e proteção dos diferentes habitats campestres presentes nos remanescentes nativos do bioma.