Com esta sua primeira coletânea de poemas PIANO RUMOR, Carlos Zürck Cruz se insere na cena da poesia contemporânea com uma poética que "[...] faz barulho quando em seu murmúrio ameno não deixa de expor seus descontentamentos pela injustiça ou pela opressão [...], mas, sobretudo, despe-se ao leitor assumindo [...] a impossibilidade diante da palavra frente ao mistério [...] Vai buscar longe, conjecturas que possam até parecer complexas, rebuscadas, somente para falar o simples, para chegar e iluminar ao outro "a agradável condição humana".
"Tira esse pé da parede menino."
E a sola do sapato carimbada na parede
da varanda era como fazer poesia
de uma forma muito serena,
mas muito assustadora,
mais tarde perceberia.
"... você vai fazer quinze anos, já é um homem!"
Mas preciso dessa parede,
necessito dessas marcas.
Era como fazer poesia
de uma forma muito assustadora,
mas muito serena,
mais tarde perceberia.