(...) Ô Maria! Tão linda. Tão quente. Tão ardente. Mas quando olha para a
janela dos fundos, seus olhos esfriam e sua beleza se esvai... O que há nesta
bruma que tanto atrai? Não há nada que interesse. Bichos peçonhentos. Insetos
rasteiros e lágrimas de chorume. Não se olha para trás. Para trás há sombra e
escuridão. Para frente a luz e esperança. Esperança de dias melhores. Eles sempre
virão... (...) Passageiros na família. Na escola. No casamento. No envolvimento. No
relacionamento. No emolumento. Nas viagens. Nas voltagens. Nas postagens e nas
bobagens... Mas tudo acaba. Tudo o que começa, termina. Ou germina?
Caminho nas ruas e em todo lugar que estou: É tudo passageiro. É tudo
estrangeiro. Ei, você! Quem, eu? Sim, você mesmo. O que faz do pouco tempo que
dispõe? Procuro a diversão, mas muitas vezes, no final, me encontro mesmo é
com a aversão, com o asco, ...e mais ainda, com o fiasco.