O judaísmo é constituído por inúmeras ramificações e, consequentemente, por uma grande variedade de cosmovisões, formando assim, uma cultura pautada pela diversidade de ideias e de inovações. Esta cultura milenar contempla um rico manancial de sabedoria, advindo de sua esfera religiosa e de seus preceitos éticos, os quais são regidos sob uma indissociabilidade entre o discurso e a práxis. Seja na dimensão religiosa, mística, psicológica, humanista ou literária, o judaísmo preconiza sempre a reflexão, o poder das palavras e a ação no mundo. Os sábios judeus da Antiguidade e os filósofos e rabinos da Contemporaneidade, mesmo divergindo sobre determinados pontos de vista, partilham de um senso ético em comum que é transmitido por gerações: a sabedoria só pode ser alcançada por intermédio de uma postura receptiva, o ego deve esvaziar-se, para que possa ser ocupado por valores mais altos. Amparados sob este prisma, os ensaios desta coletânea visam apresentar aos seus leitores e às suas leitoras, perspectivas judaicas singulares, que não buscam oferecer respostas, mas antes de tudo, desejam propiciar questionamentos interiores.