“Pequeno livro de amor” e? grande, em todo o esplendor. Ja? no primeiro, matou de maneira certeira “Céu azul, céu chuvoso, céu noturno e eu diário”. No segundo, “não tenho, não tenho,/ Não tenho...” repetir e essência pura: tão caído, ainda assim, mesmo sem ter, muito a dar. No terceiro, “Es tu de biquini” simples, e pela busca do simples, encantador. No seguinte, vem a pedrada: “Se for engano: fui eu mesmo que liguei!”, e como do?i. “E guardaram os meus cigarros/ E os meus poetas?”, tão simbólico na presença dos mestres, e do maldito cigarro. Então, o próximo, “Sem saber daquilo que em mim planta”, uma relação intima com o primeiro poema. Uma relação intima, transmutada em corpo, de duas almas. Surge, no próximo, “De que tua voz e? meu gemido, minha comida e teu umbigo”, sendo o umbigo a ligação ‘astral’ com o etéreo da alma (bem, há? quem acredite, e, talvez não seja, a isso me remeteu). Poesia de primeira. Noutro, “Ah, que dias de relógios enormes!”, inevitável pensar em Dali?; não e o caso, e por não ser, talvez, o tempo longe. Ai? surge, “E o mundo continuara? tendo primaveras ...Um pouco mais tristes”, e me faz pensar de novo em flores. Flores murchas. Assim, o simples se fez: no poema seguinte, “sem saber se sequer eu tenho rosto” induz-me acreditar serem os olhos da menina um espelho, no qual ‘você-eu-lírico’ não aparece em reflexo, e o deixa estar “so que e tudo” também dói. O fecho e? sublime e tristonho, a luz do palco que se apaga com “Qualquer alegria ao mundo e? breve sonho”. Saber-se distante e? sofrer calado. Mas não se sofre calado: o conjunto (da obra/livro) e a cancao-mor de amor, e de maneira sincera, peito aberto. Apresentação de Leon Nunes. Tetra lingue em português, inglês, francês e italiano traduzido por Thereza Christina Rocque da Motta, editora da Ibis Libris. "