Este livro apresenta alguns modos para se pensar possibilidade do conceito de sublime na obra do filósofo alemão Martin Heidegger. Para isso, o autor faz uma reconstituição do texto "A verdade sublime", de Philippe Lacoue-Labarthe, examinando e fortalecendo a aproximação entre os conceitos de verdade (aletheia) e o de sublime (Erhabene). Em seguida, Clécio Luiz constata, a partir da compreensão do sublime como possibilidade de desvelamento da verdade, uma certa presença do sublime na obra de Heidegger que vai muito mais além desta primeira relação: o autor vai demonstrar que não apenas o léxico do sublime está presente no obra de Heidegger, mas que há profunda afinidade entre o sublime e as tonalidades afetivas fundamentais (Grundstimmungen), sobretudo a tonalidade do espanto (Erstaunen). Este livro aponta para uma possibilidade de compreender o espanto como afinação fundamental para o acontecimento sublime e, consequentemente, abre para nós a possibilidade de reencontrar no thaumazein, mais uma vez, o sentido de ser.