O livro convida a um passeio pela poesia de Hilda Hilst, pretendendo desvelar uma de suas muitas faces ou dimensões, a de dicção metafísica. Mas que o leitor não se equivoque: o aspecto metafísico da poesia hilstiana é aquele que a aproxima da tradição literária inglesa do século XVII. E seguindo os movimentos de uma dança, o estudo propõe idas e vindas querendo perceber as inconsistências poéticas incorporadas na obra lírica da escritora brasileira; inconsistências responsáveis pela tessitura de uma teia de variação irregular que possibilitou a (re)descoberta de uma poesia que ressoa no tempo e no espaço desde John Donne, o poeta do wit. E que o seu olhar possibilite outras leituras, outras percepções; que provoque e emocione o espectador, guiando-o ao longo das palavras e dos versos de Hilst provisoriamente capturados pelas artimanhas da metafísica transformada em poesia.