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Sinopse

Em "Hélio Oiticica em Manhattan", SILVIANO SANTIAGO dialoga com o artista plástico a partir de suas memórias da década de 1970, quando frequentava o apartamento dele em Nova York. Crítica e memória se misturam num texto intenso e generoso.Em um segundo ensaio, relendo seus próprios textos, SILVIANO SANTIAGO analisa o fenômeno da autoficção na literatura contemporânea.Jamaicano radicado nos EUA, GARNETTE CADOGAN mostra um pouco de seu projeto de fenomenologia da caminhada. Ao andar por bairros constrastantes em Nova York, Cardogan discute a dinâmica das mudanças culturais em cenários urbanos, a partir do olhar de quem caminha e observa. Racismo, luta de classes, urbanismo e violência, são lidos de muito perto.Em um texto refinado, ANA PAULA PACHECO analisa o filme "Iracema – uma transa amazônica", observando como a modernidade chega em espaços abandonados, trazendo consequências de toda ordem. A experimentação formal dos diretores cria uma ficção documental até hoje valiosa e significativa para a compreensão do nosso atraso. FLAVIO RICARDO VASSOLER, com estilo forte e bastante erudição (sem falar na experiência de quem conhece o Império russo pessoalmente) analisa a obra de Svetlana Alexievich, a mais recente Prêmio Nobel de Literatura, notando tanto a originalidade de sua obra como a força de denúncia que ela traz no bojo de vozes desencontradas e perdidas em meio a um Império em franca decadência.RICARDO LÍSIAS resenha o livro "Sermões" de Nuno Ramos e a partir dessa leitura procura elementos que organizem a obra literária e visual do artista paulistano.Em um texto fragmentário e errante, BRUNO RODRIGUES retoma as questões que seu primeiro texto publicado na Peixe-elétrico (edição # 2) já apresentava: as exclusões que o cânone literário representa, o elitismo que persiste em muitas questões literárias e a militância urgente que nosso tempo parece recusar. Aqui, o ensaio assume um lugar corrosivo e de contestação. "O triunfo do leitor", de THIAGO BLUMENTHAL, analisa o novo status que a figura do leitor parece estar assumindo em um tempo em que mais do que ler, é preciso mostrar esse ato, declará-lo ao mundo e, ainda mais, ilustrar-se publicamente com os efeitos dessa leitura.Esta edição é toda ilustrada por flagrantes de Nova York clicados pelo militante e talentoso fotógrafo RUDDY ROYE.