Em um fim de semana chuvoso, numa ilha de ambientes inundados, onde "árvores pareciam flutuar" e casas lembravam "animais aquáticos", Alma conhece Carmen e Marito, irmãos que acabam de chegar ali para morar na casa de sua avó, Dona Ángela. Dali em diante, as três crianças passam a conviver aos finais de semana até a adolescência.
À medida que crescem, as brincadeiras na casa da árvore dão lugar às perigosas confissões de intimidades e de paixões secretas. Certo dia, porém, acontece uma ruptura entre eles, algo que ultrapassa a vida dos três jovens amigos. Alma é então tomada por um sentimento de solidão e inquietude. Esse estranho sentimento que domina a protagonista encontra relação com a realidade: uma violenta ditadura se instaura na Argentina naquele exato momento.
Assim, o universo seguro e acolhedor da juventude de Alma se desfaz em meio ao distanciamento de seus amigos, à violência, aos abismos sociais e às repressões. Alma, Carmen e Marito, que experimentam diferentes prismas da nova realidade, voltam mais tarde a se aproximar; mas, agora, quase adultos, tudo é diferente.
Pedra, papel, tesoura, da argentina Inés Garland, narra a trajetória de Alma em direção à vida adulta. Eis uma trilha repleta de ausências e silêncios, e marcada profundamente por uma constante busca — do amor, da identidade e da esperança.