O livro Pedagogia universitária e a área da saúde é um convite a pensar a docência na educação superior na área da saúde. Em seu conjunto, a obra procura realizar um diálogo vivo entre as áreas de saúde e educação, em um movimento que procura contribuir teoricamente com a compreensão e o desenvolvimento de práticas educativas que considerem uma concepção de saúde e de formação ampliadas, pautadas na atuação ética e solidária. A hermenêutica filosófica aparece como eixo condutor para os argumentos produzidos. O livro projeta algumas consequências decorrentes da presença de um professor hermeneuta na área da saúde, entre elas: a) a potencialidade de uma pedagogia "aplicada", fruto de uma presentificação contextualizada da tradição nas situações de aula; b) uma docência: comprometida com a prudência e o devir ético, que reconhece a experiência genuína, que joga o jogo da práxis dialógica, que considera o professor e o profissional de saúde como autoridades do conhecimento — os quais necessitam aprender a ouvir o que os sujeitos com quem se relacionam (os denominados "pacientes") têm a dizer —, que contribui para o discernimento e a perspicácia, tanto do docente como dos estudantes, futuros profissionais de saúde. Ainda, a obra defende o profissional de saúde como um "pedagogo da saúde", comprometido com a produção de saúde como um "saber sobre si" e, finalmente, que entenda a formação como autoformação (Bildung) e a saúde a partir de sua concepção ampliada. O livro apresenta uma compreensão de que uma pedagogia hermenêutica pode contribuir para a docência universitária na área da saúde, considerando especificidades da área — a concepção ampliada de saúde e o cuidado pautados na ética e na solidariedade. Um movimento dessa ordem permitiria qualificar a docência universitária, com consequências significativas para a formação universitária e com possíveis impactos nas diversas frentes de atuação dos profissionais da saúde.