Em um piscar de olhos, o mundo mudou o seu olhar, a força não estava mais na união de corpos, mais no distanciamento deles. Um novo Coronavírus assustava e assolava a humanidade, a nova doença ocasionada por ele, foi denominada de covid-19. Para que não houvesse velocidade na sua propagação, já que não possuía a vacina ou medicamento curativo, o ministério da saúde adotou medidas para promover o isolamento social e o distanciamento, evitando desse modo, aglomerações. Para a professora Ana, essas medidas, não seriam grandes sacrifícios, pois há muito tempo, já se via sozinha e distante do mundo lá fora. Na verdade, a atual situação, somente iria personalizar o que sentimentalmente, para ela, já era uma realidade, a solidão. O que seria assustador para muitos, para a mulher de 44 anos, até soava como um alívio, ao menos, não teria, por algum tempo, que forçar um sorriso, forjar uma falsa fragilidade para agradar alguns. Entretanto, involuntariamente, Ana estava prestes a iniciar uma intensa viagem, embora o único transporte disponível, seria através da sua fértil imaginação.