A obra "Pavilhão dos Esquecidos" transborda um universo rico de detalhes que não só demonstram as várias opções de tempo, de espaço, como também de identidades. Numa mistura ora frenética, ora de suspense, segura o leitor com a metamorfose do mundo e da própria cognição e todos os elementos envolvidos nos contos deste livro. A temática do mar revolto, dos monstros que insistem em emergir, dos medos que insanamente procuram ser esquecidos reproduzem fielmente a narrativa de diferentes coexistências do narrador e dos lugares que enumera na obra. O autor, Georges Kotsifas, delineia fielmente a teia entre narrador e personagens, misturando com rica narrativa as fronteiras entre eles e seus fluxos que envolverão certamente os leitores atentos, mas os deixando inquietos com o zigue-zague dos murmúrios ou fantasias da esquizofrenia, obsessões da arte da observação, inquietude do suspense e de um fim indeterminado dos acontecimentos. "Pavilhão dos Esquecidos" certamente poderia ter também sido batizado por Kotsifas de sinfonia, explosão ou mesmo sobrevivência. C. A. Venancio