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Paulo Apócrifo

Paulo Apócrifo

Sinopse

A proposta deste livro é desafiadora: trata-se de tentar esclarecer os últimos anos de vida do apóstolo Paulo e demonstrar que algumas das cartas atribuídas a ele nessa época — a Epístola aos Efésios, a Primeira e a Segunda Epístola a Timóteo, e a Epístola a Tito —, e que hoje fazem parte do Novo Testamento, são provavelmente falsas. Tais fatos são pouco conhecidos no Brasil e o nosso objetivo é justamente o de divulgá-los para o público. O mistério dos últimos anos de vida e de atividade missionária do apóstolo Paulo, após sua prisão em Roma no ano 61 de nossa era — evento que encerra a narrativa do livro dos Atos dos Apóstolos — tem sido motivo de debate até os dias de hoje entre teólogos e historiadores. Teria ele sido absolvido e, então, empreendido a tão sonhada viagem missionária à Espanha, já anunciada em sua Epístola aos Romanos? E onde estava Pedro naquela época? Os Atos dos Apóstolos nada dizem sobre sua presença em Roma, nem as cartas de Paulo fazem qualquer referência a este episódio. Fato pouco divulgado ao grande público e somente admitido por especialistas é que algumas das cartas atribuídas a Paulo durante seus últimos anos de vida seriam, na verdade, falsas. Trata-se, para começar, da Epístola aos Efésios, que na verdade é um plágio da Epístola aos Colossenses, e das chamadas "Epístolas Pastorais", isto é, aquelas escritas a Timóteo e a Tito, e que seriam, supostamente, as últimas escritas pelo apóstolo. Desde o século XIX historiadores demonstraram que esses textos são inconsistentes com a narrativa dos Atos dos Apóstolos, o que só aumenta o mistério sobre o destino de Paulo em seus últimos anos de vida. Quem teria falsificado esses textos, e por que razão? As epístolas pastorais foram escritas décadas após a morte de Paulo, ao que parece numa época em que os bispos emergiam como dirigentes supremos da Igreja na Terra. Sob o disfarce de um suposto registro das últimas instruções de Paulo aos seus discípulos Timóteo e Tito, aqueles falsificadores procuravam legitimar suas idéias sobre a instituição de uma rígida hierarquia eclesiástica, que queriam impor aos demais cristãos.