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Pascal E A Inquietação Moderna / A Verdade Como Regra Das Ações (editora Copista Moderno)

Pascal E A Inquietação Moderna / A Verdade Como Regra Das Ações (editora Copista Moderno)

Sinopse

------------------------------------------------ A VERDADE COMO REGRA DAS AÇÕES O trabalho que é aqui oferecido ao público é o complemento prático da obra em que estou trabalhando, há já alguns anos, sob o titulo geral de Finalidade do Mundo, e de que foi publicada a primeira parte em 1894, a segunda em 1899, estando já quase concluído e prestes a sair do prelo o 1º volume da 3a parte. É também o curso que estou fazendo no 1º ano da Faculdade de Direito do Pará, tratan- do-se assim de um livro destinado ao ensino. O trabalho é extenso; mas, para servir aos meus alunos ou companheiros de estudo, irei fazendo a publicação por partes sucessivas. Este primeiro fascículo compreende o desenvolvimento dos 13 primeiros pontos do programa que organizei e foi aprovado em congre- gação. Irei preparando gradativamente o desenvolvimento dos outros pontos. Trata-se, no fundo, de deduzir um critério da conduta, sendo que, a meu ver, é a filosofia moral que deve servir como introdução neces- sária ao estudo do direito. Neste sentido pode-se dizer que a jurisprudência é uma ciência prática que está para a ciência moral, como a engenha- ria para as matemáticas, como a medicina para as ciências naturais. E como é direta e imediatamente da filosofia, como concepção do todo universal, que deriva, em particular, a filosofia moral, por isto é como um complemento prático ou derivação imediata da teoria da finalidade que proponho este ensaio. As minhas diferentes publicações formam assim um todo sistemático cujo plano definitivo compreende as seguintes obras que formarão a síntese completa do meu pensamento: 1 - A Filosofia como atividade permanente do espírito humano 2 - A Filosofia moderna 3 - O Mundo como atividade intelectual 4 - A Verdade como regra das ações De O Mundo como Atividade Intelectual está já pronto o 1º volume (esta obra ficará em dois volumes); e de A Verdade como regra das ações saem aqui os primeiros capítulos. O meu pensamento fundamental é este: que a finalidade do mundo é o conhecimento. É o que resulta, como uma conseqüência imediata, da concepção do mundo como atividade intelectual, porque se o mundo deve ser compreendido como uma atividade intelectual, é evidente que como tal, somente pode ter por fim o conhecimento. É como se a evolução universal fosse um esforço permanente do cosmo para adquirir consciência de si mesmo. Ora o conhecimento tem por objeto a verdade. Por conseguinte é a verdade que se apresenta como aspiração suprema toda a existência. E eu vou neste ensaio explicar que é também a verdade que se impõe como regra às nossas ações. Apresento em seguida o programa a cujo desenvolvimento completo me proponho. -------------------------------------------- PASCAL E A INQUIETAÇÃO MODERNA Publico este trabalho sobre Pascal e a inquietação moderna para aproveitar o que pude salvar de volume muito mais alentado que compusera, há anos, quando ainda não me sentia, em matéria de filosofia e de crenças, o que, graças a Deus, hoje sinto que sou, isto é: um católico, na mais rigorosa significação do nobilíssimo termo, um homem que, conscientemente, abdicou do seu individualismo intelectual nas mãos amantíssimas da Igreja Católica. Quando abordei este problema o fiz certo de que abordava um dos mais interessantes e sérios do pensamento moderno. Em verdade, foi Pascal o homem que, sem ter consciência talvez do que fazia, pela força mesma de sua alma, se fez símbolo da alma moderna, no que tem esta de propriamente universal, alma crepuscular e em cujo fundo de melancolia, se agitam tantas forças contrarias, a ponto de desorientar o mais arguto observador que, de boa-fé, não pode dizer se tal crepúsculo é o de uma esplêndida manhã, ou se estamos nos limites de uma tremenda e horrível noite.