Como redesenhar e redefinir a história? Como criar novas narrativas para contar das opressões que corpos negros vivem, apontando horizontes e desfechos de liberdade? É a partir dessas questões que o dramaturgo Jhonny Salaberg se debruça sobre a realidade do encarceramento feminino para denunciar, escancarar e ressignificar a história de milhares de mulheres, em sua maioria negras, presas nas realidades opressoras do nosso país. Parto Pavilhão narra o plano de fuga de mulheres e seus "umbigos" (como são chamados seus filhos recém-nascidos) em uma penitenciária em meio às semifinais da Copa do Mundo de futebol masculino. Denunciando as opressões, mas trazendo um novo desfecho, mais digno e poético, o autor mostra sua potência narrativa, sua forma brilhante de criar imagens, de friccionar a realidade, de trazer para o teatro a existência racista, se firmando, assim, como um dos principais dramaturgos do nosso tempo.