Paixões é a vida da poeta por ela mesma percebida, expressa e significada nas letras de sentidos literais. Começaria assim – nessa minha tentativa de síntese - para pensar este livro de poemas de Maze Oliver. Ler Paixões é como ler um diário sem datas, muito embora o vejo sujeito à linearidade do tempo, justamente do tempo embaralhado das vivências práticas de sua autora. A obra se constitui num rosário de escritas de expiações e revelações re-flexivas sobre si o que integra percepções sobre o entorno nos vários cotidianos de sua subsistência. Paixões está estruturada em quatro partes. Na primeira, que só tem um único poema – Quem Sou - a autora já vai, literalmente, se revelando como poema: "Quem sou – sou poema...".Na segunda, terceira e quarta – tituladas, respectivamente, Nascer, Adolescer e Amadurecer – Mazé Oliver vai nos atesta o tripé de sua estrutura enquanto ser que se constrói sentindo a si e o mundo, o que faz catalogando as etapas do que seria o seu desenvolvimento pessoal (entremeado ao universo que observa) consubstanciada nas três fases da vida que, para ela, se expressam nos processos de nascer, adolescer e amadurecer.