A partir de 1852, as mulheres da corte e das províncias do Brasil puderam adquirir O Jornal das Senhoras (1852-1855) nos estabelecimentos de subscrição que vendiam o periódico.
Dirigido e voltado ao público feminino, este impresso era composto por: textos sobre modas; poesias; poemas; assuntos sobre a educação feminina; folhetins; receitas caseiras; litografias ilustrando vestimentas; crônicas semanais, quinzenais, teatrais e musicais; partituras;
e informações diversas.
Por meio da educação, as redatoras do periódico buscavam se aproximar do universo feminino, estabelecendo um diálogo "de mulher para mulher", cujo objetivo era melhorar socialmente e emancipar moralmente o sexo feminino.
Os textos e as demais informações impressas no jornal sinalizavam os espaços frequentados, as relações sociais estabelecidas, e também as músicas ouvidas e executadas por muitos homens e muitas mulheres nestes locais.
Neste sentido, a impressão destas informações e assuntos em Páginas de sociabilidade feminina perpassa as questões que envolvem a circulação de impressos, de ideias e de pessoas na metade do Oitocentos; as relações de gênero e de poder simbólico nos espaços públicos
e privados; na formação de redes de sociabilidades entre os diversos agentes históricos; e os sons ouvidos, praticados, sentidos e impressos em O Jornal das Senhoras, compondo parte do cenário musical carioca.