Ouçam Mirtes, mãe de Miguel. Trabalho doméstico remunerado e desigualdades no Brasil parte da análise de um acontecimento trágico para compreender as estruturas sociais de um país. Ouvindo a voz de uma mãe de quem foi roubada a vida do seu filho, Maria José Rigotti Borges elabora uma reflexão aprofundada sobre os meandros da divisão sexual do trabalho, do racismo e da colonialidade no Brasil e revela as relações complexas entre uma ordem econômica e social desigual e a vida quotidiana das trabalhadoras domésticas. Cruzando contributos do Direito, da Sociologia e dos Estudos Feministas, a autora constrói uma abordagem original e desafiante, que nos mostra como alguns minutos da vida de uma pessoa podem condensar séculos de desigualdade e opressão.
Sílvia Portugal
Socióloga, professora e investigadora
da Universidade de Coimbra
--
O exemplo trabalhado de forma tão sensível e completa neste livro é de reexistência. Reexistência de Mirtes, que se reinventa para sobreviver à tragédia e empresta sua voz à luta das mulheres negras por um mundo em que seja possível viver com decência. Reexistência de Maria José Rigotti Borges, que dá luz a este belíssimo livro, que não só faz inquietar, mas também, de quem, ciente do que representa esse episódio de violência absurda, permite-se transformar pela leitura.
Ouçam Mirtes, mãe de Miguel.
Leiam Maria José Rigotti Borges.
Ouçam, leiam e mudem, pois já é tempo de evitar outras tragédias!
Valdete Souto Severo
Doutora em Direito do Trabalho pela USP/SP.
Juíza do Trabalho do TRT4