Não nos alimentamos apenas para obter nutrientes. A maioria das pessoas nem sabe a composição nutricional dos alimentos que ingere. Aspectos culturais, econômicos, climáticos, preferências individuais, disponibilidade dos alimentos, entre outros fatores, afetam nosso padrão alimentar. É inegável que a alimentação humana vem se modificando ao longo de nossa jornada na Terra desde tempos imemoriais. Nos últimos 10 mil anos, passamos de nômades coletores e caçadores, para o domínio de técnicas de agricultura e domesticação de animais para nosso consumo, o que permitiu a fixação do homem aos locais, inicialmente os mais férteis e com água em abundância, conquistar maior segurança alimentar e estocar alimentos para períodos de escassez, o que levou ao desenvolvimento das civilizações da Antiguidade. Embora a oferta e disponibilidade de alimentos ainda seja desigual entre as sociedades e dentro delas, o desenvolvimento da indústria chegou à produção de alimentos e vem se acelerando e generalizando desde o início século XX, com a oferta crescente de alimentos processados pela indústria, que podem durar meses nas prateleiras dos mercados, são prontos para o consumo, ou basta aquecer para comer, visualmente atraentes, guloseimas ao alcance da mão, e a entrega rápida de alimentos prontos em qualquer local no meio urbano moderno. Tudo isso traz impactos, geralmente não reconhecidos, no valor nutricional dos alimentos e para a nossa saúde. Mas como as escolhas alimentares afetam nossa saúde? É verdade que a alimentação humana interfere no meio ambiente e no clima da Terra? Sem a pretensão de ser um tratado técnico, este livro busca oferecer conhecimento sobre o tema, embasado por bibliografia científica, fundamental para evitar opiniões sem fundamentos, ou achismos intempestivos.