Os loucos da torre é um romance cronológico e urbano, cujo enredo retrata a história de dois rapazes que, apesar de acometidos por um transtorno mental, sonhavam em transformar o casarão abandonado onde viviam numa república estudantil.
Um dia, instigados pela curiosidade e o gosto por desafios, comuns a essa faixa etária, Beto e Dindo resolvem entrar no casarão para conhecer de perto os rapazes especiais. Ao entrar na torre dos loucos, pretendiam se destacar perante os colegas, perpetuando a fama de corajosos. Era uma ação finalística sem qualquer viés advindo de uma ética pura.
Já dentro da velha torre, se deparam com uma baita surpresa. Aqueles loucos eram diferentes de todos os outros que já haviam conhecido: tinham passagem pela universidade e, apesar da escassez de juízo, bastante cultura.
Depois desse primeiro contato, Beto e Dindo descobrem que duas professoras universitárias eram as responsáveis por suprir as necessidades básicas daqueles alienados. A partir daí, os rapazes se sensibilizam e passam a ter uma espécie de metamorfose existencial, desistindo, então, de se aproveitar dos infelizes. Assim, passam a ajudá-los de verdade, agindo de forma categórica para esse fim.
Certo dia, aproveitando-se da ausência dos loucos, que se encontravam internados no Manicômio da Tamarineira, e de seu amigo Dindo, que viajava de férias, Beto retorna à torre. Ao remexer nos pertences dos rapazes especiais, ele descobre um estatuto redigido pelos jovens. Sem saber o que fazer com aquele achado, o garoto resolve levar o estatuto ao conhecimento das professoras, entregando-o a elas. No entanto, ao fazer isso, Beto recebe a notícia de que um dos loucos havia se jogado nas águas do Rio Capibaribe e acabara morrendo.
Por fim, com a ajuda do seu amigo e das professoras, Beto e Dindo exteriorizam o sonho dos jovens, transformando a velha torre abandonada na mais bela república estudantil do Recife. Até hoje ela abriga alunos pobres que vêm do interior do estado com o intuito de estudar, mas não têm onde ficar.