O presente trabalho, partindo de uma perspectiva pragmática (voltada para o resultado) e pós-moderna (para além da racionalidade convencional ou cartesiana), tem o objetivo geral de compreender a estrutura jurídica enquanto submersa no oceano da sociedade plural, em que é indiscriminadamente influenciada pelas diversas correntezas discursivas e, embora seja transformada indefinidamente ao longo do tempo, permanece operativa na medida em que ampara o contexto social sem perder sua identidade. Dito isso, em face da influência tragicômica de situações e personagens da série animada South Park (alinhada a reflexões sobre as teorias do reconhecimento e do teor desconstrutivo presente em algumas variações do movimento Direito e Literatura), a imagem mais precisa para o Direito seria a de uma estrutura amorfa que se transforme ao longo tempo, influenciada que é pela capacidade de mudança do contexto. Para tanto, surge a imagem artístico-narrativa de uma partida de Jenga, a qual é capaz de tangenciar muitas das principais características jurídicas que necessitam de ser trabalhadas, tais como: [1] a questão da contingência do Direito; [2] a existência (ou não) de uma racionalidade transversal interna ao campo jurídico; [3] a possibilidade de desenvolvimento de virtudes éticas do julgador que o auxiliariam no encontro com as nuances do particular e; [4] a natureza da justiça, sendo ela própria também mergulhada no universo plural contemporâneo.