Este livro é uma etnografia sobre a prática dos "jogos de ofensas" entre estudantes do ensino médio de uma escola pública considerada como uma instituição de "excelência pedagógica". Esses jogos remetem-se à produção de processos identitários a partir da intersecção das categorias raça, gênero e classe que aparecem nas "ofensas" trocadas. Aos destacar a articulação desses processos identitários com insultos estigmatizantes que se referem caricaturalmente a estereótipos coletivos imputados de modo grotesco a alguém e com termos verbais considerados como galhofas e zombarias aceitas ludicamente entre os jovens estudantes, apresentamos os diferentes momentos e situações nos quais um epíteto verbal ou um ato não verbal passam a ser definidos ou como ofensivo, ou como brincadeiras.